segunda-feira, 31 de julho de 2017

O processo de alfabetização e o projeto político-pedagógico em escolas de ensino fundamental – Márcia Aparecida Schuveter

O processo de alfabetização e o projeto político-pedagógico em escolas de ensino fundamental – Márcia Aparecida Schuveter



SCHUVETER, M.A. O processo de alfabetização e o projeto político-pedagógico em escolas de ensino fundamental. Rio Claro: UNESP, 2009 (Dissertação de Mestrado).

RESUMO

O projeto político-pedagógico constitui importante instrumento na construção de um caminho para a atuação da escola. Os resultados das avaliações nacionais e internacionais mostram que os estudantes brasileiros apresentam desempenhos aquém dos esperados em leitura e escrita, sugerindo questionamentos sobre os níveis desses desempenhos, as diferenças entre eles e o encaminhamento dado ao processo de alfabetização nas escolas. Como as dificuldades relativas ao ensino-aprendizagem inicial da leitura e da escrita constituem grande entrave ao acesso ao saber escolarizado, nesta dissertação, busca-se averiguar como a alfabetização é focalizada nos projetos político-pedagógicos das escolas. Analisar como o trabalho relativo à alfabetização é organizado nas unidades escolares e como ele se insere no conjunto das atividades pedagógicas das unidades constituem os objetivos de pesquisa realizada em oito escolas públicas de Limeira SP. A coleta de dados mediante entrevistas e análise do projeto político-pedagógico no que diz respeito à alfabetização foi realizada em quatro escolas com maiores e nas quatro escolas com menores pontuações no SAREM. Os resultados revelam que o projeto político-pedagógico não é construído com a participação das docentes. Observou-se uma divisão do trabalho de organização pedagógica sendo que a parte de elaboração e gestão está a cargo da Secretaria da Educação; e a execução, a cargo dos professores que organizam as atividades realizadas em sala de aula. O ensino pauta-se pelo regime seriado, inicia-se com a correspondência entre sons e grafias nas unidades menores da língua. Revelam ainda que os diferentes desempenhos das escolas podem ser explicados pelo reduzido números de alunos (848), as professoras possuem mais tempo na alfabetização, empenho dos pais e dos professores com a aprendizagem dos alunos, além da crença de que todos podem aprender.
Palavras-chave: projeto político-pedagógico, alfabetização, organização do trabalho escolar.

ABSTRACT
The political and pedagogical project constitutes an important instrument in the construction of a way of acting of the school that leads to the service of his necessities and especificidades. With the participation of the community in several aspects of the functioning of the school, it is possible to develop educative actions more appropriate to the fulfilment of his social functions, especially in what it refers to the process of teaching-apprenticeship of the reading and writing. Thinking that the questions inherent in the literacy it is one of the great current problems in the guarantee of the access to the educated knowledge, to check is looked as these questions are being treated in the political and pedagogical projects of the schools. The objective is to analyse like the relative work to the literacy is organized in the school unities and he is inserted in the set of the pedagogical activities carried out by the schools. The inquiry is carried out in four schools with bigger and four schools with less punctuations in SAREM (System of Evaluation of the Net of Municipal Teaching). As result, it was obtained that the projects pedagogic-politician are not built by the participation of the school community. The pedagogic work is still ruled predominantly in the seriated organization. There was observed a division of the work of pedagogical organization, being that the part of preparation and management is in charge of the General office of the Education; and the execution, to post principally of the teachers who organize the educational situations. The relative work to the literacy breaks of the least unities. Besides the physical peculiarities of the schools, the different performances can be explained by the pledge of the teachers with the apprenticeship of the pupils and by the belief of which all people can learn.

Key words: Political and Pedagogical Project, Literacy, Organization of the school work.

REFERÊNCIAS
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Márcia Aparecida Schuveter – Mestra em Educação pela UNESP-SP, Especialista em Alfabetização, Especialista em Psicopedagogia, Pedagoga.

Para ler o texto completo do trabalho acima acessar o link abaixo.

domingo, 4 de março de 2012

Métodos: conceito e espécies



1.                 O que é método?

A palavra “método” significa “caminho”.
Primeiro decidimos a que lugar queremos chegar. Depois, escolhemos o caminho. O lugar é o objetivo. O caminho é o método.

2.                 Espécies de métodos.

As espécies de métodos variam de acordo com o objetivo que se quer.
Há métodos para se adquirir o conhecimento filosófico, para o conhecimento científico, para desempenhar determinada atividade, para trabalhar em grupo, para pesquisas ...
Citemos alguns métodos: indutivo, dedutivo, empírico, racionalista e dialético.

            2.1 Método indutivo. Induzir significa sugerir, instigar, persuadir.
Indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas partes examinadas.

O filósofo Aristóteles (Século IV a.C.) foi quem fez uma descrição deste método. Francis Bacon (1561-1626), considerado o pai da ciência moderna, estudou este método com profundidade.
Exemplo:
O corvo 1 é negro
O corvo 2 é negro
O corvo 3 é negro
O corvo "n" é negro
----------------------------
(todo) corvo é negro

2.2. Método dedutivo. O método dedutivo caracteriza-se, quando se parte de uma situação geral e genérica para uma particular.
 A dedução é o processo mental contrário à indução. Através da indução, não produzimos conhecimentos novos, porém explicitamos conhecimentos que antes estavam implícitos.
Filósofo que demonstrou o método dedutivo: Aristóteles (384 a.C. -322 a.C.).
Exemplo de método dedutivo: Todo ser humano é mamífero. Pedro é um ser humano. Logo, Pedro é um mamífero.


O seguinte exemplo mostra a diferença entre os métodos indutivo e dedutivo:
Dedutivo:
Todo mamífero tem um coração.
Ora, todos os cães são mamíferos.
------------------------
Logo, todos os cães têm um coração.
Indutivo:
Todos os cães que foram observados tinham um coração.
-------------------------------------------
Logo, todos os cães têm um coração.

2.3. Método empírico. Trata-se de um método que se apóia no empirismo. O empirismo é um movimento filosófico que acredita que o conhecimento ocorre por meio de experiências e observações. Trata-se, pois, de método que utiliza a indução. Nossa mente vazia é preenchida pelas experiências e observações.
Filósofos empiristas: (Protágoras, 480 a.C. - 410 a.C), Aristóteles (384 a.C. -322 a.C.), Francis Bacon (1561-1626)), John Locke 1632- 1704, David Hume (1711 - 1776)

2.4 Método racionalista ou inatista. Trata-se num método que se baseia no racionalismo ou inatismo. O racionalismo ou inatismo é um movimento filosófico que defende que quando nascemos trazemos conosco as ideias inatas ou seja, pensamentos já presentes em nosso mente. A partir desses pensamentos, por dedução ou intuição, seria possível conhecer as demais coisas do mundo.
Filósofos racionalistas ou inatistas: Platão (428-348 a. C. {?}) René Descartes (1596-1650, Benedictus Spinoza (1632-1677, Gottfried Leibnitz (1646-1716).

Observação: Kant (1724-1804) procurou fazer uma síntese entre o empirismo e o racionalismo.

2.5. Método dialético. Os elementos do esquema básico do método dialético são a tese, a antítese e a síntese.
A tese é uma afirmação ou situação inicialmente dada. A antítese é uma oposição à tese. Do conflito entre tese e antítese surge a síntese, que é uma situação nova que carrega dentro de si elementos resultantes desse embate. A síntese, então, torna-se uma nova tese, que contrasta com uma nova antítese gerando uma nova síntese, em um processo em cadeia infinito.
Filósofos que contribuíram para o método dialético: Platão, Hegel (1770-1831), Marx (1818-1883), Paulo Freire (1921-1997).
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Dial%C3%A9tica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_Freire

domingo, 18 de dezembro de 2011

Tọ́jú ìwà rẹ - cuide de seu caráter

Estamos chegando ao final de uma caminhada. Para ajudar na reflexão de tudo que vivenciamos e trabalhamos neste ano que se finda, dedico a vocês, um poema de um povo africano, o yorubá,
Espero que a leitura do poema inspire a vida de cada uma de nós, bem como nossa ação ação docente, principalmente em relação à cultura afro-brasileira.

O título do poema é Tọ́jú ìwà r, que significa “cuide de suas maneiras (caráter)”.

Ìwà é o que caracteriza uma pessoa sob o ponto de vista ético. Para ser feliz uma pessoa deve ter ìwá pẹ̀lẹ́, pois quem tem bom caráter não entra em choque com os seres humanos nem com os poderes sobrenaturais. Esse é o mais importante dos valores morais yorùbá, e a essência da fé consiste em cultivá-lo.

TỌ́JÚ ÌWÀ RẸ (Cuide de suas maneiras, de seu caráter)

Versão em português


Cuide de suas maneiras, meu amigo!
A honra pode abandonar nossa casa,
e a beleza às vezes acaba.
O rico de hoje pode ser o pobre de amanhã.
A honra é como o mar, e também a onda da riqueza;
Ambas podem escapar de nossa casa.
Mas as boas maneiras acompanham-nos até o túmulo.
O dinheiro não é nada,
as boas maneiras é que são a beleza da humanidade.

Se você tem dinheiro, mas não se comporta bem,
quem irá confiar em você?
Ou se você é uma mulher muito linda,
mas não se comporta de maneira adequada,
quem desejará tê-la como esposa?
Ou ainda, se você é muito educado, mas engana as pessoas,
quem confiará em você para negócios?

Cuide de suas maneiras, meu amigo,
Sem bons modos, a educação não tem valor.
Todos amam uma pessoa que sabe se comportar.


TỌ́JÚ ÌWÀ RẸ 

Versão em yorùbá

Tọ́jú ìwà rẹ, ọ̀rẹ́ mi!
Ọlá a ma sí lọ n`ilé eni,
Ewà a sì ma sì l`ára enia,
Olówó òní `ndi olòsì b`ó d´ọ̀la
Òkun l`ọlá, òkun nìgbì ọrọ̀,
Gbogbo wọn l`o `nsí lọ nílé eni;
ùgbón ìwà ni `mbá`ni dé sàréè,
Owó kò jẹ́ nkan fún `ni,
Ìwà l`éwà l`ọmọ enia.

Bí o l`ówó bí o kò ní `wà `nkó,
Tani jẹ́ f´inú tán o bá s`ohun rere?
Tàbí bí  o sì se obìrin rògbòdò,
Bí o bá jìnà sí ´wa tí èdá ´nfẹ́,
Taní jẹ́ fẹ́ a s`ilé bí aya?
Tàbí bí  o jẹ́ oníjìbìtì enia,
Bi  tilẹ̀ mo ìwé àmòdájú,
Taní jẹ́ gbé ´é aje fún o e?

Tọ́jú ìwà rẹ, ọ̀rẹ́ mi,
Íwà kò sí ẹ̀kọ́ d`ègbé,
Gbogbo aiye ni `nfẹ́ `ni t`ó jẹ́ rere.


Tradução simultânea

Tọ́jú ìwà rẹ, ọ̀rẹ́ mi!
(Cuide de suas maneiras, meu amigo!)
Ọlá a ma sí lọ n`ilé eni,
(A honra pode abandonar nossa casa)
Ewà a sì ma sì l`ára enia,
(e a beleza às vezes acaba)
Olówó òní `ndi olòsì b`ó d´ọ̀la
(O rico de hoje pode ser o pobre de amanhã)
Òkun l`ọlá, òkun nìgbì ọrọ̀,
(A honra é como o mar, e também a onda da riqueza)
Gbogbo wọn l`o `nsí lọ nílé eni;
(Ambas podem escapar de nossa casa.)
Sùgbón ìwà ni `mbá`ni dé sàréè,
(Mas as boas maneiras acompanham-nos até o túmulo)
Owó kò jẹ́ nkan fún `ni,
(O dinheiro não é nada)
Ìwà l`éwà l`ọmọ enia.
(as boas maneiras é que são a beleza da humanidade.)

Bí o l`ówó bí o kò ní `wà `nkó,
(Se você tem dinheiro, mas não se comporta bem)
Tani jẹ́ f´inú tán o bá s`ohun rere?
(quem irá confiar em você?
Tàbí bí  o sì se obìrin rògbòdò,
(Ou se você é uma mulher muito linda)
Bí o bá jìnà sí ´wa tí èdá ´nfẹ́,
(mas não se comporta de maneira adequada)
Taní jẹ́ fẹ́ a s`ilé bí aya?
(quem desejará tê-la como esposa?)
Tàbí bí o jẹ́ oníjìbìtì enia,
(Ou ainda, se você é muito educado,)
Bi  tilẹ̀ mo ìwé àmòdájú,
(mas engana as pessoas)
Taní jẹ́ gbé ´é aje fún o e?
(quem confiará em você para negócios?)

Tọ́jú ìwà rẹ, ọ̀rẹ́ mi,
(Cuide de suas maneiras, meu amigo,)
Íwà kò sí ẹ̀kọ́ d`ègbé,
(Sem bons modos, a educação não tem valor)
Gbogbo aiye ni `nfẹ́ `ni t`ó jẹ́ rere.
(Todos amam uma pessoa que sabe se comportar.)

Boas festas a todos
Márcia Schuveter

domingo, 4 de dezembro de 2011

Projeto “Construindo os planetas”


(Foto 1: pesquisando sobre os planetas)
Este relato demonstra a trajetória de três docentes de salas PIC (Projeto Intensivo no Ciclo), sala PIC 1, sala PIC 2 e sala PIC 3 em uma escola de periferia da Rede Municipal de Ensino na cidade de Limeira-SP.
As salas PIC são compostas por 10 a 12 crianças em cada classe. Elas apresentam defasagens na leitura e escrita convencional. No início do não letivo não conseguiam escrever o próprio nome completo.
Este trabalho teve início em 12-09-2011. Tudo começou quando a professora Márcia, uma das docentes de sala PIC 1, fez um curso promovido pelo município. Em um desses encontros houve uma visita ao Centro de Estudos do Universo na cidade de Brotas, interior de São Paulo.
A professora fotografou esta visita. A docente teve acesso a muitas informações sobre astronomia, oportunidade de entrar em uma caverna, e nesta, fez um estudo sobre diferentes tipos de rochas.
(Foto 2: pesquisando sobre os planetas)
A docente compartilhou essas descobertas com sua classe, no horário da troca de saberes. Uma vez por semana as crianças têm um espaço que é chamado de troca de saberes. Neste horário semanal as crianças relatam verbalmente fatos exitosos, notícias interessantes e descobertas.
Como o tema despertou interesse, as crianças ficaram animadas, explicitaram a intenção de realizar pesquisas sobre planetas.
            A docente propõe aos estudantes uma observação do céu no pátio da escola, pois esta quer averiguar os conhecimentos que eles dispõem sobre os planetas.
(Foto 3: pesquisas sobre planetas e foguetes)
Diante desta empolgação, a docente pergunta às crianças se era possível fazer um projeto sobre o tema.  As crianças explicitaram que gostariam de conhecer mais sobre planetas. É realizado um debate sobre o que vamos fazer, como e quando.
As crianças solicitaram à professora que esta pedisse à bibliotecária, livros sobre os planetas.  
A docente indaga: quais são os objetivos do projeto?
Após o debate elas concluem que os objetivos serão: conhecer o universo para saber mais e poder conversar com os amigos sobre o assunto e enfeitar a sala com os planetas.
Tendo claros esses objetivos os estudantes destacam as seguintes ações para viabilizar o projeto: estudar o universo por meio de pesquisas em livros, filmes; produzir textos corretamente utilizando o caderno de ferramentas; fazer uma lista dos materiais que serão usados na confecção dos enfeites dos planetas; e, por fim, convidar os 3 anos PIC 2 e 3 para participarem do projeto.
(Foto 4: criança descobre pela pesquisa, que o homem foi à lua)
Vale destacar que o caderno de ferramentas é elaborado junto com as crianças. Essa ferramenta auxilia o aluno a avançar em suas produções, pois neste caderno há colagem de textos, listas de palavras que eles consideram difíceis, listagens de verbos elencados diante das necessidades, conjugados na 1ª e 3ª pessoa do singular e plural. Esse caderno é consultado nas produções de textos das crianças.
Após essas reflexões as crianças sistematizaram por escrito o projeto, que se denomina “Construindo os planetas”.
A professora dispôs os livros sobre o tema na sala. Enquanto exploravam os livros, uma criança indaga o que seria o movimento de rotação? Após leitura do tema, para responder a essa necessidade, utilizou-se do lúdico.  As crianças brincaram, elas seriam a Terra e rodariam em volta de si mesmas fazendo o movimento. Com essa brincadeira as crianças puderam vivenciar os movimentos de rotação, possibilitando interações e favorecendo a construção da aprendizagem. 
A docente, com o objetivo de promover interesse e possibilitar o aprendizado da leitura e escrita e tendo como norte o prazer e o sentido, oportuniza aos seus estudantes a leitura de uma ficha técnica de um relógio de papel. Essa instruía quais materiais seriam utilizados e como fazer um relógio de papel.
(Foto 5: exposição de materiais e resultados do projeto)
Considerando o título, data de início e término, objetivos, ações do projeto, as crianças produziram individualmente convites a serem entregues às professoras e alunos da sala 3º ano PIC 2 e da sala 3º ano PIC 3. Elas fizeram um desenho no convite sobre o tema do projeto. No convite constavam os seguintes dizeres:
Venham participar do nosso projeto ”Construindo os planetas.”
Vai ser um sucesso!
Dia: 26/09/2011
Horas: 8h00
Local: sala 12.
As professoras agradeceram o convite e confirmaram a participação.
(Foto 6: exposição de materiais e resultados do projeto: planetas, foguetes etc) 
Todas as segundas e sextas-feiras as classes se reuniam para desenvolver e concluir o projeto “Vamos construir os planetas”. A cada atividade era solicitada uma reflexão metacognitiva por meio das seguintes indagações: o que eu aprendi com o filme? O que eu aprendi com o projeto Construindo os planetas?
As três salas desenvolveram as atividades em conjunto. As atividades eram compostas de reflexão oral e escrita e desenhos sobre os filmes exibidos (Sistema solar, Lua, Planetas), leitura da ficha técnica “O relógio”, elaboração escrita de uma ficha técnica, denominada pelas crianças, “O foguete”, pintura de atividades alusivas ao tema, pesquisa em textos, tais como produções baixadas da internet, revistas jornais e livros sobre o projeto e autoavaliação.  Por fim utilizaram materiais recicláveis para confecção dos planetas.
As crianças finalizaram o projeto com êxito.
(Foto 6: reflexão metacognitiva) 
Pode-se perceber a alegria, o entusiasmo, a dedicação das crianças e das professoras no desenvolvimento e conclusão do projeto. Essa interação com o projeto “Construindo os planetas” despertou nas crianças não só o interesse pelo aprendizado da leitura e escrita como também outros saberes importantes para a vida social.


Professora Márcia Schuveter

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Trabalhando a língua africana yorùbá em sala de aula

RELATO DE AULA DAS PROFESSORAS MÁRCIA SCHUVETER E ALESSANDRA C. PIAN PRESTES, NO DIA 04/11/2011.

Local: Uma escola de Ensino Fundamental de Limeira-SP, Brasil.

As professoras entregaram um texto às crianças e, após o observarem, as crianças levantaram os indícios.
O texto entregue tem como título “Ìmọ́tótó”, da língua africana “yorùbá”.

Ìmọ́tótó ló le ẹ́gun àrùn o.
Ìmọ́tótó ló le
ẹ́gun àrùn o.
Ìmọ́tótó ló le
ẹ́gun àrùn o.
Ìmọ́tótó ilé
Ìmọ́tótó ara
Ìmọ́tótó a

Ìmọ́tótó oúnjẹ
Ìmọ́tótó ló le
ẹ́gun àrùn o.







Levantamento de indícios (pistas) feito pelos alunos.

T – Tem palavras repetidas. Acessar o site. Está faltando palavras.
D – Tem bolinhas debaixo da letra.
G – Tem vírgula, acento e ponto.
N – Jogar coisas na lixeira. Não sujar as coisas.
T – O texto está ensinando a não sujar o chão.
Professora – Limpeza? Observem a imagem. Tem sujeira ou limpeza?
T – Deixar tudo limpo.
Professora – Se estiver tudo limpo, teremos o quê?
M – Limpeza.
T - Limpeza do corpo.
Professora – Tendo limpeza nossa vida será... ?
T – Feliz, boa.
Professora – Teremos saúde?
Aluno – É.
Professora - Tendo saúde mandaremos quem embora?
M – Mandamos a doença embora.

Após essa reflexão o texto foi lido no idioma yorùbá. Na sequência, as crianças foram fazendo a tradução com o auxílio do vocabulário. Feito isso, as crianças transformaram o texto em música, brincaram fazendo os gestos, brincaram em duplas associando às brincadeiras do cotidiano.
Para concluir, desenharam, levando em consideração a seguinte pergunta para reflexão: - o que você aprendeu com esse texto?
Nestes desenhos pudemos observar a atribuição de sentidos explicitados pelas crianças.

Observação: as crianças já estão desenvolvendo o hábito de consultar o dicionário. Isso possibilitou uma agilidade na tradução.

Vocabulário do texto:
Ìmọ́tótó – limpeza
Ló – ele/ela
Le – forte

ẹ́gun – derrotar, vencer
Àrùn – doença
O – sem tradução; expressão para enfatizar.
Ilé - casa
Ara - corpo
A
ọ - roupa
Oúnjẹ - comida.


Palavras que os alunos querem aprender em yorùbá.

D – Bom dia
T - Babalu
M- Eu sou muito feliz
G – Moto
F – Boa tarde
G – Boa noite
M – Brinquedo
N – Obrigado (a)


O trabalho foi apresentado aos alunos de curso do idioma yorùbá patrocinado pela Prefeitura de Limeira, sob a coordenação dos Professores José Benedito de Barros e Sidnei Barreto Nogueira.
Os alunos e os professores gostaram muito do que viram e propuseram uma interpretação para as palavras indicadas pelos alunos. Após minuciosa pesquisa e reflexão individual e coletiva enviaram uma carta aos alunos das classes das Professoras Márcia e Alessandra com o resultado do trabalho. Seguem abaixo as palavras pesquisadas.
Babalu = Bàbá (pai), ìlù (tambor, atabaque), ìlú (cidade, governo, país, torrão), olú (senhor, chefe, dono, principal); líder de um lugar, “o rei do tambor”, “o dono do pedaço”.
Bom dia = Ẹ káàárọ, káàárọ
Boa Tarde = Ẹ káàsàn, káàsàn.
Boa Noite = Até 19 horas: Ẹ kúùrolẹ́, kúùrolẹ́; Após 19 horas: Ẹ káalẹ́, káalẹ́.
Brinquedo =
ireiré; áfiiré, ohun iré
Eu sou muito feliz = Mo ni ayọ̀ pùpọ́ ou Mo ni lálàfià pùpọ́.
Moto (motocicleta) = Atapùpù ou alapùpù. Usa-se também a palavra “moto”.
Obrigado = Dúpẹ́; A dúpẹ́; Mo dúpẹ́; Ẹ dúpẹ́

Observação: a palavra “babalu” não existe nem no português nem no idioma yorùbá. Aproveitamos a sonoridade da palavra para atribuir-lhe um sentido a partir do idioma yorùbá.

Blog da Professora Márcia: www.marciaschuveter.blogspot.com

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Professora Márcia na Argentina

Entre os dias 17 e 22 de julho de 2011, participei  no VI Encuentro Iberoamericano de Colectivos Escolares y Redes de Maestros y  Maestras que hacen investigación e innovación desde la escuela. O encontro ocorreu em Córdoba, Argentina. Na ocasião apresentei o trabalho "Actividad metacognitiva y la formación continuada de las profesoras de alfabetización".

Leiam notícia que saiu na imprensa de Rio Claro-SP.
Alunas da Unesp vão a congresso na Argentina

O congresso contou com a participação de representantes de vários países como Colômbia, México, Uruguai, entre outros.
Da Redação

Professoras, alunas de pós-graduação da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Rio Claro e integrantes do grupo de estudos e pesquisa “Raios de Sol”, participaram do VI Encuentro Iberoamericano de Colectivos Escolares y Redes de maestros que hacen investigación e innovación desde la escuela, realizado de 17  a 22 de julho na cidade de Córdoba na Argentina.
O congresso contou com a participação de representantes de vários países como Colômbia, México, Uruguai, Chile, Peru, Argentina, Brasil, Cuba, Venezuela, Espanha, Equador e França.
Da Unesp de Rio Claro participaram Márcia Schuveter, professora doutora Maria Cecilia Micotti, Karin Casarin, professora doutora Maria Augusta Ribeiro, Fabiana Rosa V. Guilherme, Luciane Parente Grasmasco, Cristiane Auriemo, Maria Helena Schuveter, Angela Druzian da Silva, Lilian de Lucas e Vanessa Scaringi.
De acordo com Cristiane Auriemo, o grupo de estudos Raio de Sol é filiado à Rede Latinoamericana de Formação Docente que realiza um congresso a cada dois anos para apresentação de trabalhos desenvolvidos em sala de aula com base na teoria estudada no grupo de estudos.
O Raio de Sol trabalha com a proposta de alfabetização sociointeracionista da escritora francesa Josette Jolibert, que esteve presente ao congresso na Argentina. Segundo Cristiane, o grupo de estudos tem cerca de 50 participantes de Rio Claro e outras cidades da região. A ideia é levar para a sala de aula tudo que foi estudado no grupo. Cristiane explica que o grupo de estudos Raio de Sol, coordenado pela professora Maria Cecília Micotti, foi criado em 2005. Os participantes se reúnem mensalmente para estudar a teoria de Jolibert e uma vez por ano é realizado um encontro de leitura e escrita para apresentação dos trabalhos realizados.

http://jornalcidade.uol.com.br/rioclaro/dia-a-dia/saude/79695--Alunas-da-Unesp-vao-a-congresso-na-Argentina--

domingo, 9 de outubro de 2011

Leitura de imagem: religiões afro-brasileiras e educação

LEITURA DE IMAGEM: RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS E EDUCAÇÃO
Márcia Aparecida Schuveter

Resumo:

O objetivo deste trabalho é desenvolver uma reflexão a partir de a relação entre as religiões afro-brasileiras e a educação. Para a realização desta tarefa serão utilizadas como material de estudo as religiões afro-brasileiras, captadas pela leitura da imagem de uma foto. Esta reflexão consiste num exercício de leitura de imagem da cultura afro-brasileira. O objeto de leitura é uma fotografia que retrata o aspecto religioso dessa cultura. O objetivo do trabalho é apresentar leituras e sentidos possíveis à cultura afro-brasileira em nossa sociedade e no espaço escolar. As reflexões teóricas estão embasadas em Paulo Freire, em Josette Jolibert, em Bernard Charlot, em Rancière e em Vera Candau. Nas escolas não tem havido espaço para a cultura afro-brasileira em sala de aula, visto que a leitura de mundo e a cultura dos alunos não são consideradas relevantes pela maioria dos professores. Com isso impede-se a troca de leituras, a partilha de saberes e o crescimento humano, individual e coletivo. Mantêm-se e se aprofundam preconceitos. Porém, a escola pode ser um espaço que onde é possível o diálogo intercultural com a mediação do professor-educador. Na escola é possível avançar no resgate da riqueza da cultura afrobrasileira, dessa forma contribuir para a diminuição do preconceito e da discriminação que sofrem seus praticantes.

Palavras-chave: cultura afro-brasileira, preconceito, diálogo.

Reading of image: afro-brazilian culture and education

Abstract:

This reflection consists of an exercise of reading of image of the afro-Brazilian culture. The reading object is a photograph that portraies the religious aspect of this culture. The objective of the work is to present possible both readings and directions to the culture afro-Brazilian in our society and the pertaining to school space. The theoretical reflections are based on Paulo Freire, Josette Jolibert, Bernard Charlot and Vera Candau. In School, it does not have space for the afro-Brazilian culture in classroom, since both the reading of world of the pupils and their cultures are not considered. With this it is hindered exchange of readings, the allotment to know and the human, individual and collective growth. They are remained and if they deepen preconceptions. However, the school can be a space that where the intercultural dialogue with the mediation of the professor-educator is possible. In the school the wealth of the culture is possible to rescue all afro-Brazilian and to fight the preconception and the discrimination of that its practitioners are victims.
Key words: afro-brazilian culture, preconception, dialogue.

ANAIS DO II ENCONTRO NACIONAL DO GT HISTÓRIA DAS RELIGIÕES E DAS RELIGIOSIDADES
Revista Brasileira de História das Religiões – ANPUH
Maringá (PR) v. 1, n. 3, 2009. ISSN 1983-2859.
Texto completo disponível em http://www.dhi.uem.br/gtreligiao/pub.html